Andando pelas festinhas e botecos de Brasília ultimamente não podemos deixar de perceber ao olharmos para os lados o que salta aos olhos: Crescemos.
As festas já estão tomadas por gatinhas de 15, 16 e 17 anos com seus corpos que escondem a idade, e toda aquela jovialidade! Hahahah, atenção meninos, vale ressaltar que pedofilia É CRIME, lembrem-se artigo 2.14!!
Enfim voltando ao assunto parei para lembrar da minha, ou melhor, da nossa adolescência (visto que passamos boa parte dela juntos) e da nossa vida adulta.
Uma coisa muito curiosa dessa nossa juventude brasiliense, mais especificamente dessa nossa “galera do rock” é a coisa do lugar. Estou falando de lugar físico mesmo, ponto de encontro, de saída, de permanência.
Confesso que ja fui frequentadora de alguns pontos de Brasília, (não muitos visto que passei parte da minha adolescência morando fora da cidade, mas aos 17 anos estava aqui vivento toda a minha brasiliensidade), já curti muito os showzinhos de rock e tardes de tédio com essa galera.
Umas das tardes na Best, com alguns conhecidos e alguns randômicos
O Cedec, a praça da palato, a porta do pátio Brasil e até, em menor escala, a Best Play (lan house na frente do Sigma da asa sul), já foram pontos garantidos da galera. Eram lugares que a gente podia ter certeza que ia ter alguém por lá a qualquer hora do dia.
Acho que somos, falo em grande escala, bem territorialistas!
Pedaços de calçada se tornam sofás, grama na sombra se torna cama, copo de plástico se torna taça, mesas de madeira podre tornam-se escrivaninha e assim por diante. Todos os dias nos reuníamos para ficar simplesmente “de boa”, beber litros de coca-cola ou algum álcool barato (claro que nem todos bebiam) . Nesses lugares bandas se formaram, casais se conheceram, amigos brigaram... as coisas giravam muito em torno daquilo, escola e pátio brasil ou escola e Best Play ou seja lá qual fosse o lugar do momento. O próprio nome Live Wire foi escolhido numa tarde ociosa na Best Play, mesmo lugar onde os meninos (Leo, Pumba, Tainan e Adriano) começaram a debater e formar a banda. Lá construímos laços que levamos até hoje, inclusive laços amorosos.
Meninos da Live tocando violão em algum dos nossos luais pelas ruas da cidade
Essa nossa necessidade por um lugar onde nos sintamos confortáveis e a vontade é quase onipresente em todos nós em nossos momentos adolescentes e rebeldes. O interessante é que esse lugar nunca é a nossa casa, não pode ser, afinal nossa liberdade seria comprometida. Daí escolhemos um pedaço qualquer de rua, calçada, pilotis de prédio ou lan house e transformamos aquilo na nossa segunda casa. Por essa e outras que os tais “roqueiros” (ou seja lá como somos chamados) são considerados sujos, esquisitos, isso e aquilo... Mas acho que com isso, ninguém nunca se importou, só a mãe de uns que já encontraram os filhos bêbados matando aula, ou ainda usando saia (Kilt) pelas ruas de bsb. HAHAHAHAHAHAHAHAH
Todos viviam momentos divertidos, por vezes perigosos, porém educativos. Muita solidariedade e algum desapego à coisas materiais foi aprendido alí.
Heloise e Pumba sentado embaixo do bloco da Helo, local onde muitos já passantam horas e horas filosofando, conversando, flertando e etc.
Umas das nossas reuniões na época em que a casa do Pumba era nosso refúgio de fim de semana. De cima para baixo: Leo, Adriano, Tainan, Uma cabeça não identificada, Pumba e Malu esmagada.
Hoje não sei mais onde o pessoal se encontra, a gente cresce e não tem mais tanto esse tempo livre. Outro locais se tornam nossa segunda casa, normalmente a casa de algum amigo, um CA da unb ou ainda a banca da colina. Acho que a aura meio “mendigo” sempre perdurará, ficar pela rua nos dá uma liberdade e conforto diferente do que temos em casa.
Nos mesmos vivemos mendigando, pela banca da colina, portas de supermercado e pela casa dos coleguinhas =D
Equipe Live Wire :*****
tava afim de uma foto da best play .. digitei best play lan house e vim parar aki.
ResponderExcluirOtimas lembranças por sinal.